Tirar dos alunos o que neles há de melhor. Acreditar que, apesar das circunstâncias muitas vezes adversas em que vivem nossas crianças e jovens, todos podem progredir.

Tirar dos alunos o que neles há de melhor. Acreditar que, apesar das circunstâncias muitas vezes adversas em que vivem nossas crianças e jovens, todos podem progredir. É nessa visão otimista do papel da escola que se baseia o trabalho do educador francês Charles Hadji, professor do Departamento de Ciências da Educação da Universidade Pierre Mendès – France Grenoble 2. Grande pensador das questões filosóficas que permeiam o processo educativo, Hadji dedicou 20 anos de sua carreira à formação de professores do Ensino Fundamental. Seus mais recentes trabalhos estão focados no campo da avaliação e nos estudos sobre a influência da Neurobiologia e da Antropologia na Educação. Nesta entrevista, ele fala sobre como a escola pode interferir na relação que a criança tem com a família – relação essa muitas vezes prejudicial – e como organizar as práticas pedagógicas considerando o indivíduo, e não a média da turma. Para isso, ele ressalta que todos nós devemos ser humildes e reconhecer que não está totalmente sob o controle do educador o que e quanto os outros vão aprender. Segundo ele, tal pretensão beira o totalitarismo e a Educação, quando isso ocorre, perde seu sentido e cai em contradições éticas.