Pega e Lê! Uma geração descobre o PRAZER DA LEITURA



Credita-se a Santo Agostinho, um dos sábios da Igreja Católica, a descoberta de que se podia
 ler sem enunciar as palavras. 
(...) Durante a juventude, em meio a 
crises existenciais, ouviu uma voz interior que lhe dizia: 
"PEGA E LÊ". 


 E ele leu as Cartas de São Paulo 
que constam do Novo Testamento.
(...)
Em pleno fulgor da era digital, 
LER CONTINUA ESSENCIAL E DIVERTIDO.
(...)
Nunca é tarde para começar a ler e aprimorar-se culturalmente. Mais 1600 anos depois...
Vamos lá, faça como Santos Agostinho: 
"PEGA E LÊ".

Clique aqui e aprecie a leitura que me causou tanto PRAZER...Curioso? Curiosa? 

Modelo de Excelência em Gestão: Visão Sistêmica




Projeto Político Pedagógico: MAPA CONCEITUAL





A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional afirma que cabe aos estabelecimentos de ensino definir sua proposta pedagógica e aprová-la no seu âmbito interno. Inexiste um roteiro oficial e o desenvolvimento deve ser feito através de uma equipe  multidisciplinar.   É recomendável que participem os principais colaboradores e também  representantes dos alunos, professores e comunidade. 

Continue a leitura...Leia artigos referentes a construção do PPP. 



Para começar...Algumas referências bibliográficas.

CANÁRIO, Rui (1995). Estabelecimento de ensino: a inovação e a gestão de recursos educativos. In: NÓVOA, António (coord.) As organizações escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote.
CEPAL/UNESCO (1992). Educación y conocimiento: eje de la transformación productiva con equidadSantiago:Chile.
CHESNAIS, François. (1996). A mundialização do Capital. São Paulo: Xamã.
CORAGGIO, José Luís (1993). Desarrollo humano, economia popular y educacion. El papel de las ONG latinoamericanas en la iniciativa de educación para todosNova York. Mimeo.
GIRARDI, Maria Neusa (1994). Autonomia da gestão escolar e as funções educacionais do Estado. Dissertação de Mestrado. São Paulo. PUC.
GRAMSCI, Antonio (1991). Maquiavel, a política e o estado moderno. 8ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
KRAWCZYK, Nora (1999). A gestão escolar: Um campo minado...Análise das propostas de 11 municípios brasileiros. In: Revista Educação e Sociedade. Ano XX – agosto/99 – nº 67. Campinas: Unicamp, Cedes.
LESSA, Sérgio. (1997). Trabalho e ser social. Maceió:EUFC/EDUFAL
LUKÁCS, György (1981). Per l´ontologia dell´essere sociale. Trad. de Alberto Scarponi. Roma: Editori Riuniti.
MÉSZÁROS, István (1981). Marx: a teoria da alienaçãoTrad. Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Zahar.
_________(1993). Filosofia, ideologia e ciência social. Ensaios de negação e afirmação. São Paulo: Ensaio.
OYAFUSO, Akiko  e MAIA, Eny (1998). Plano Escolar. Caminho para autonomia. São Paulo: CTE.
PARO. Vitor Henrique (1997).Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática.
PIMENTA, Selma Garrido (1995). Questões sobre a organização do trabalho na escola. In: BORGES, Abel S. (org). et. al. A autonomia e a qualidade do ensino na escola pública. Série Idéias, 16. Edição especial. São Paulo. FDE.
PINTO, José Marcelino de R.(2002). Financiamento da educação no Brasil: um balanço do governo FHC (1995-2002). Educação e Sociedade, Campinas, v23, n 80, p. 109-136, setembro/2002.
ROMÃO, José Eustáquio. (2000). Dialética da diferença. O projeto da escola cidadã frente ao projeto pedagógico neoliberal. São Paulo: Cortez.
SAVIANI, Demerval (1994).O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias. In: FERRETTI, Celso; ZIBAS, Dagmar M. L.; MADEIRA, Felícia R, e SILVA, Maria Aparecida (1994). Administração dos conflitos sociais: as reformas administrativas e educacionais como respostas às questões emergentes da prática social. (O caso de Minas Gerais). Tese de doutoramento.Campinas. UNICAMP. 
VALERIAN, Jean; DIAS, José Augusto. Gestão da escola fundamental: subsídios para a análise e sugestão de aperfeiçoamento. São Paulo: Cortez; Paris: UNESCO; Brasília: MEC. 1993.
WARDE, Miriam Jorge (org.). Novas Políticas Educacionais: Críticas e Perspectivas. São Paulo: Programa de Estudos Pós-graduados em Educação: História e Filosofia da Educação da PUC/SP. 1998.







Palestra
Orientando quem Orienta
Novos desafios, novas lideranças. Quem sou eu para educar?

“Se faz necessário um tipo de trabalho de auto-reflexão, de se perceber, buscar e reencontrar pequenas, que no contexto são grandes transformações. Tentar fazer esse exercício diariamente é enfocar o problema brasileiro... Parte-se do individual para o coletivo e passa-se a ter base para entender melhor nossa sociedade que está fragmentada e cheia de problemas a resolver...O compartilhar destas reflexões também é de grande valor, pois vemos que muitos problemas particulares, na verdade, são coletivos.”
(Auto-avaliação – C.C.G.E – Pedagogia – PUC/SP – 1989 – Do livro Pedagogia da Transgressão de Ruy Cezar do Espírito Santo)

Nesta palestra Graça Santos, provocará o belo ou a bela adormecida em cada professor por meio de poesias ou trechos de livros de autores que transgridem a comunicação conduzindo a compreensão da consolidação máxima da possibilidade de um novo tempo na Educação.

Concluirá ilustrando a importância da ação na busca da harmonia nas relações, bem como a transposição dos limites dos paradigmas em busca da transdisciplinaridade. As diversas transgressões ao longo dos 32 anos serão discutidas ao sopro da delicadeza, da ternura, da beleza e força das palavras e dos sentidos.

Um ambiente escolar extremamente competitivo - e voltado para testes de ingresso na universidade - está prejudicando a vida de muita gente.

O diagnóstico não partiu de educadores indulgentes ou de adolescentes preguiçosos: mereceu um editorial da prestigiosa revista Science, publicação da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Divulgação
Divulgação
Documentário. Cena do filme ‘Race To Nowhere’, que nos EUA passa em escolas e igrejas
A autora, Deborah Stipek, da Faculdade de Educação da Universidade Stanford, em Palo Alto, na Califórnia, estuda a motivação dos jovens no ambiente escolar há 35 anos.
Na terça-feira passada, durante uma entrevista, ela recordou o dia em que a sua filha chegou em casa, comemorando: "Nunca mais vou estudar francês." A garota tinha acabado de fazer uma prova que a auxiliaria a concorrer a uma vaga no sistema de ensino superior americano. "Ficou claro que não estava interessada em dialogar com outras culturas, em viajar ou em adquirir uma habilidade útil para a vida", pondera Deborah.

“A ideia é integrar esses conteúdos com a prática docente, transformando o blog em uma extensão do ambiente de aprendizagem escolar”. Michel Goulart



O professor utiliza o blog como uma extensão da sala de aula, além de adicionar conteúdo próprio, a ferramenta serve para compartilhar outras iniciativas que considera relevantes na rede. “A ideia é integrar esses conteúdos com a prática docente, transformando o blog em uma extensão do ambiente de aprendizagem escolar”.



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Profissionais falam sobre a construção de um time, mas poucos conseguem criá-lo ou torná-lo eficaz. Você considera necessários os itens desta lista?

Você pertence a uma equipe no sentido mais amplo? Estar em uma equipe é um resultado de se sentir parte de algo maior do que você e tem muito a ver com a sua compreensão sobre missão e objetivos da sua organização.
Em um ambiente de trabalho, você não apenas contribui para o sucesso global da organização, como também atua com outros membros e estes geram resultados.
Mesmo que você tenha uma função de trabalho específico ou trabalhe em um determinado departamento, o qual está unificado com outros membros para alcançar os objetivos globais, sua função existe para criar algo maior.
Desenvolver um time é diferente de construir uma efetiva equipe de trabalho focado; é preciso considerar algumas abordagens que possam superar expectativas e acima de tudo corresponder às ações que destinamos.
Executivos, gerentes e membros da organização universalmente exploram formas de melhorar os resultados do negócio e de rentabilidade. Muitos vêem o time de forma horizontal e esquecem dos colaboradores na criaçãoque estão por trás.
Não importa o que vocês chamam de esforço: a melhoria contínua está diretamente ligada aos resultados para os clientes.
Poucas organizações, porém, estão totalmente satisfeitas com os resultados de seus esforços. Se estes não estão à altura das expectativas, seguramente você estará nesta lista de auto-diagnóstico por assim dizer. Para formar uma equipe completa, é primordial dar atenção a cada um dos itens abaixo:

1. Expectativas

  • Existe uma liderança claramente unificada com o desempenho da equipe?
  • Os membros da equipe entendem porque as metas foram criadas?

2. Contexto

  • Os membros da equipe compreendem porque estão lá?
  • Será que eles entendem como a estratégia de usar equipes ajudará a organização atingir os seus objetivos?
  • Membros da equipe podem definir a importância para o cumprimento das metas?

3. Compromisso

  • Os integrantes da equipe desejam estar nela?
  • Eles sentem como a missão é importante?
  • Estão aptos a cumprir com os resultados esperados?
  • Até que ponto eles percebem o quão valiosa é sua atuação não só para a organização, mas com suas próprias carreiras?
  • A equipe espera que suas habilidades cresçam e se desenvolvam no decorrer do percurso?
  • Os membros da equipe se sentem estimulados e desafiados pela oportunidade do próprio time?

4. Controle

  • A equipe possui liberdade e autonomia para desenvolver suas habilidades, mas ao mesmo tempo os integrantes compreendem claramente os seus limites?
  • Até onde podem ir em busca de soluções? Ou seja, recursos monetários e tempo, definidas no início do projeto antes que a equipe encontre barreiras e refaça as tarefas?
  • Existe um processo de análise definida e estas alinhadas na direção e propósito corretos?
  • Existe respeito sobre o cronogramas de projetos, compromissos e resultados?
  • A organização possui um plano para aumentar as oportunidades de auto-gestão entre os membros presentes?

6. Colaboração

  •   Existe uma compreensão a respeito do processo criativo do grupo?
  • Todos os membros estão de acordo com as funções e responsabilidades atribuídas?
  • Foi denominado alguém para gerenciar crises e regras de conduta em áreas como a resolução de conflitos, decisão por consenso e a reunião de gestão?

7. Comunicação

  • Existe um método estabelecido a respeito do feedback?
  • Será que a organização fornece informações importantes regularmente?
  • Os membros se comunicam de forma clara e honesta com os outros?
  •   A equipe traz a diversidade de opiniões para a mesa?

8. Inovação criativa

  • A organização está realmente interessada em mudar o atual cenário da empresa?
  • Existe o pensamento mútuo de criar e trazer soluções originais?
  • A empresa está apta a proporcionar formação complementar e viagens de campo quando necessárias para estimular a equipe?

9. Consequências

  • Os membros da equipe se sentem responsáveis e responsabilizados pelas realizações obtidas?
  • De que forma é reconhecida quando as equipes são bem sucedidas?
  • O risco é razoável, respeitado e incentivado na organização?
  • Os membros da equipe gastam o seu tempo apontando o dedo ao invés de resolver os problemas?

10. Coordenação

  • Existe um organograma central que ajuda os grupos no que precisam para obter sucesso?

11. Mudança cultural

  • A organização visualiza que a equipe de colaboração pode de fato mudar o cenário comercial da empresa?
  • A organização reconhece que, quanto mais ela mudar o clima para apoiar as equipes, mais modificará positivamente o cenário comercial da empresa?
Nem sempre é fácil fazer parte de processos de decisão na empresa, pois haverá sempre alguém pouco ou nada disposto a cooperar. Porém, querendo ou não, somos parte integrante de um conjunto e com isso somamos as decisões ao invés de concentrá-la em nós mesmos.
O imprescindível neste cenário é dedicar tempo e habilidade para gerenciar nossas atitudes como membros de equipe e acima de tudo doarmos tempo e atenção em cada uma dessas dicas para garantir que a equipe de trabalho contribua de forma mais eficaz para o sucesso da empresa.

Reflexão - Ação - EducAÇÃO


“A tecnologia é um grande apoio de um projeto pedagógico que foca a
 aprendizagem ligada à vida.”

(José Manuel Moran Doutor em Comunicação pela USP)

A Internet tem sido usada de diversas maneiras e em diferentes níveis de intensidade, em todas as modalidades da educação, tanto por alunos como por professores, refletindo diretamente na qualidade do ensino, pela qual se luta e sobre a qual se discute demasiadamente.

Anisio Teixeira e a educação

Transdisciplinaridade na Escola


O eterno Darcy Ribeiro

Paulo Freire Ultima Entrevista 2° parte

Ultima Entrevista a Paulo Freire 1° parte

Com tanta autonomia em casa, jovens da Geração Y esperam o mesmo no ambiente escolar

Com tanta autonomia em casa, jovens da Geração Y esperam o mesmo no ambiente escolar

A aluna diz: Queremos que todas as escolas fossem assim...Escola estadual em Niterói (RJ) é a primeira do país a receber selo Carbono Neutro

O selo indica que a instituição está preocupada com a natureza. Todo o gás carbônico produzido pelo Colégio Estadual David Capistrano acaba sendo neutralizado com ações de preservação. Clique AQUI e entenda como funciona.

Maestro Dudamel:Caminho para dar OPORTUNIDADE e MELHORAR a sociedade! EducAÇÃO!!! Emocionante! O que devemos aprender com isto? Talento + Disciplina

Carta Capital na Escola: Sobre o uso das REDES SOCIAIS na escola


As restrições ao uso das novas tecnologias digitais no mundo da escola ainda são fortes, mas esse cenário tende a se modificar com o tempo. O professor acabará entendendo que lecionar não é mais uma via de mão única, e sim que o aluno tem muito a acrescentar em classe, sobretudo pela facilidade que as novas gerações têm ao usar o computador. As redes sociais podem e devem ser utilizadas dentro do contexto pedagógico, e não somente como formato auxiliar. Esses são alguns pensamentos do pesquisador em tecnologias na educação e coordenador associado do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp, José Armando Valente, que trabalha com o tema desde 1983.
Valente é um raro exemplo de profissional que compôs seu currículo agregando as áreas de educação e engenharia à informática. Tem também o título de doutor em Filosofia pelo Departamento de Engenharia Mecânica e Divisão de Estudo e Pesquisa em Educação do Massachusetts Institute of Tecnologic (MIT). Nesta entrevista a Carta na Escola, Valente fala também da dificuldade que os governos nacionais têm em adaptar o currículo ao uso das novas tecnologias. “O Brasil não está preparado, mas não há país no mundo que esteja neste momento”, afirma.
Carta na Escola: O senhor é engenheiro de formação. Como surgiu o interesse em estudar a educação e associá-la à tecnologia?
José Armando Valente: Bom, fui formado como engenheiro mecânico e, desde a faculdade, eu mexia com computador. Fui ensinar computação na Unicamp e lá conheci um grupo que trabalhava com a tecnologia na educação – portanto, apesar de a tecnologia na escola ser um assunto maior há poucos anos, já se discute esses conceitos para sua utilização na escola há décadas. Em 1983, foi criado o Núcleo de Informática Aplicada à Educação, o Nied, que está na ativa até hoje e experimentou diversas fases tecnológicas. Naquela época, falávamos muito do computador para criar a linguagem operacional chamada Logo, desenvolvida por um pesquisador do MIT, nos Estados Unidos) e que dialogava com o construtivismo. Essa linguagem dizia que, em vez de a máquina instruir o aluno, é o aluno que deveria instruir a máquina. Então, nesse processo, você utilizaria conceitos que permitiram ao aluno aprimorar o próprio conhecimento aos poucos. Veja que não usamos mais o Logo há muitos anos, mas as redes sociais têm a mesma abordagem. Depois focamos mais na educação a distância e nos laptops educacionais, em situações que tornam o ensino mais abrangente e melhor.
CE: Por que é importante a escola abraçar o mundo das redes sociais?
JAV: Quando falamos em inclusão digital hoje, estamos nos referindo a um conceito um pouco diferente do que estivemos acostumados nos últimos anos. Agora não se trata mais de ter acesso à tecnologia, porque grande parte da população do Brasil já tem acesso a computadores através da escola, da lan house e do barateamento do computador pessoal. A questão vai além. Já é sobre como o sujeito se comporta no meio on-line e de como pode trazer essa tecnologia para tirar benefícios próprios. A importância da escola hoje é também ajudar as pessoas- a desenvolver essa habilidade. É um processo de formação de pessoas, que é justamente uma das missões da escola. Mais que fazer parte da internet, as redes sociais fazem parte da vida das pessoas. A escola deveria já estar lidando com isso ao incluir as novidades tecnológicas em seu aparato pedagógico. A partir daí, existe o conteúdo das aulas, que pode se tornar mais profundo com o auxílio de toda essa tecnologia.
CE: E de que maneira o uso dessa ferramenta pode fazer a diferença na educação de um estudante?
JAV: Hoje a escola está basicamente restrita a lápis e papel. O currículo dela é todo formado assim há muito tempo, os professores foram moldados dessa maneira. Só que hoje temos simulações digitais que formam novos mecanismos para se lidar com o conhecimento, tudo ao alcance do professor. Exemplos: há simulações muito difíceis de você criar utilizando somente a lousa e o giz, e que poderiam rapidamente ser feitos no computador. Estou falando de formas geométricas da Matemática, estou falando de terremotos e tsunamis na Geografia etc. Imagine também uma aula de História, em que você visita um museu on-line. Esses já existem, já há uma interação fantástica atualmente.
CE: E como o senhor avalia que as redes sociais poderiam ser usadas em sala de aula?
JAV: Imagine que os adolescentes usam bastante o Twitter. Esse fator já faz dele algo palatável para o professor utilizar em sala de aula, pois desperta um interesse natural. Por que o professor de Língua Portuguesa, por exemplo, não o utiliza para os alunos expressarem ideias em 140 caracteres? É um ótimo exercício de concisão, um trabalho de comunicação sintética que muitos alunos de doutorado não costumam ter. É fundamental saber resumir suas ideias no mundo de hoje. Isso também serve para professores de outras disciplinas, em circunstâncias similares. Agora, claro, o aluno precisa da ajuda do professor para utilizar a ferramenta didaticamente. Não é porque ele está no Twitter que vai sozinho usar da melhor forma possível.
CE: Mas já há professores que usam -blogs, por exemplo, não?
JAV: Sim, mas muitas vezes não é um bom uso, ou é um uso incompleto. Serve mais como apoio de material, o blog não está incluso para valer na maneira de dar a aula.
CE: O aluno tende a ter mais interesse ao identificar uma ferramenta que ele usa diariamente?
JAV: Sim, mas depende muito se você tem um uso correto da tecnologia. Se você usa mal, sem conseguir agregá-la ao material didático, não adianta. O aluno precisa captar que aquilo está sendo útil para ele. Infelizmente, ainda há essa distância entre a escola de hoje e a vida fora dela, os alunos lidam pouco com o lápis e o papel.
CE: É comum professores serem refratários à ideia de inclusão da internet em sala de aula, principalmente porque conhecem menos essas ferramentas que a maioria dos alunos, que foram criados com elas. Como adaptar os professor sem traumas?
JAV: Fazer parceria com os alunos é a melhor forma, sem dúvida. Uma coisa que deve ficar claro é que a educação na era digital é bastante colaborativa, envolve interação e compartilhamento. Não pode existir mais aquela situação em que o professor se prepara para entrar na classe e dar um show-solo. Ele tem de sair do pedestal, a internet não tem nada a ver com isso e, uma vez que ela esteja presente em sala de aula, essa relação muda. Então você pode pedir auxílio para os alunos que têm o conhecimento daquelas ferramentas, que já entendem tudo da parte tecnológica, porque cresceram mexendo -naquilo. O bom professor é aquele que vai aproveitar esse conhecimento do estudante, trazê-lo para a sala de aula e definir como aquele conteúdo vai fazer parte da vida do estudante. Perceba como isso é importante do ponto de vista educacional.
CE: Que casos positivos servem de exemplo da inclusão das redes sociais na sala de aula?
JAV: Lembro de um caso bem-sucedido que foi durante a moda dos flashmobs. Os alunos estavam nessa onda e os professores organizaram uma tarefa multidisciplinar, na qual os alunos tinham de preparar um evento desses. Há a concepção artística da coisa, há a resolução de problemas para que se concretize o flashmob, aí tem o professor de Matemática que explora as figuras geométricas etc. Os alunos se empolgam.
CE: Os dirigentes do ensino brasileiro têm se preparado para isso? Como o senhor avalia as políticas públicas para tal?
JAV: Não, eles não estão bem preparados, mas esse não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Para falar a verdade, é do mundo inteiro. Não há um só país que já tenha todo um programa de utilização das novas tecnologias no universo educacional e que já esteja em pleno funcionamento. Vejo que, na Inglaterra e nos Estados Unidos, há casos isolados entre escolas e grupos de pesquisas, mas nada que se caracterize como uma política pública. O problema é que essas mudanças curriculares não podem simplesmente ser feitas de cima para baixo. Não adianta o Ministério da Educação dizer que a partir de agora o ensino brasileiro vai ser totalmente dentro da era digital se o professor que está lá em baixo da cadeia não participa, se a escola não está preparada etc.
CE: E qual é a alternativa a isso?
JAV: Com o tempo essa interação da escola tende a crescer, mas o fato é que os administradores da política pública têm de se reunir com os professores, que estão no dia a dia da sala de aula e sabem muito bem o que os alunos estão trazendo em termos de novidades. Entendendo o que os professores enfrentam, você consegue assimilar as novidades e as melhores maneiras de incluí-las no currículo.
CE: Mas a velocidade das mudanças das políticas educacionais é lenta, pode ficar décadas sem mudar. E a tecnologia muda em questão de meses. Como conciliar isso?
JAV: De fato, a política nunca vai dar conta de acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Agora, o papel da política é preparar todos os personagens do ensino para a flexibilidade que virá do desenvolvimento tecnológico, de mostrar sobre como se preparar para ele. Essas bases são extremamente importantes não só para o mundo escolar, mas também para a nossa sociedade. Cada grande mudança de tecnologia dessas contém uma forte concepção educacional. Portanto, a política não vai acompanhar o avanço tecnológico, ela deve preparar o terreno para que aconteça.
Saiba mais sobre este assunto, acessando a CARTA CAPITAL. Leia também comentários relacionados AQUI.